março 27, 2012

Sul da Itália - Parte II: Nápoles: Funiculì Funiculà

Eu disse que escreveria sobre Capri, mas confesso que a ilha não me inspirou gastronomicamente a ponto de escrever um post. Comi um sanduíche pesadíssimo, tomei uma taça de vinho sem expressão e o café mais caro de toda a Itália: 4,50 euros. Assim, Capri vai ficar apenas no meu Facebook por conta de algumas fotos bonitas e era isso. 

Já Nápoles...daria para escrever um livro... De cada especialidade. Começando pela pizza, claro.

Mas antes de continuar lendo este post, clique no vídeo abaixo para criar a trilha para a leitura.


Fui a Nápoles primeiramente apenas por uma noite para depois percorrer a Costa Amalfitana. Estávamos Carlos e eu, de mala e cuia, quando nos deparamos com aquele caos. Nápoles é caótica! Deliciosamente caótica. Estávamos perdidos, sem hotel, em pleno centro histórico da cidade, calor do caramba, já batendo o mau humor. Eis que eu falando para ele sobre a Pizzeria da Michele, sugerindo que à noite procurássemos o lugar para jantar, dobramos uma esquina e demos de cara com a própria. 


Óbvio que paramos para comer. A ocasião era única. Fomos para a fila, conversamos com um casal queridíssimo e quando nos chamaram, chegamos a mesa com dificuldade. O lugar é pequeno, as mesas são praticamente juntas e a rotatividade é grande: pediu, comeu, saiu. Nada de ficar batendo papo.

Olhem a cara de feliz da pessoa. Se sentindo A Julia Roberts

Além do mais, esqueçam todos aqueles 5.489 sabores de pizza que temos aí no Brasil. Aqui é assim: é margherita ou marinara. Se por um lado a cidade é uma bagunça, a pizza dela mais apolínea não poderia ser. Massa, molho de tomate, fior di latte e manjericão. E esses ingredientes são todos DOC... Acham que é assim, sair fazendo pizza?! Para um napoletano a pizza é uma instituição sagrada. 

Depois de comer e chegar ao albergue (que tinha, nada mais nada menos, que 110 degraus!), fomos dar uma volta pela cidade, que é muito, muito legal. 

Nessa voltinha pela nossa única noite de Nápoles, paramos para café em uma confeitaria super bacana -Riviera. Eu pedi um babà al rum. 

O babà tem uma massa que parece uma esponja, assim absorve bem o rum

E ainda ganhei um pedaço de pastiera...Lembram que eu fiz uma para a Páscoa do ano passado?!



Na mesa ao lado da nossa, havia um grupo de velhinhos (quando digo velhinhos leia-se 80 para cima!) que bebia um aperitivo tri bonito. Eu dizia para o Carlos que era alcóolico, mas ele observou que as velhinhas tomavam aquilo quase que num gole só, que não poderia ser. Na dúvida, pedi um, óbvio!



E então, você pede um aperitivo e vem um monte de coisas para beliscar... Acho digno! Muito digno.

Depois dessa comilança toda caminhamos mais pela cidade e vimos o Caffè Gambrinus que é um luxo só. Entramos, claro! Carlos foi de café (que menino comportado!) e eu de aperitivo, dessa vez, alcóolico e ma-ra-vi-lho-so! E mais comidinhas (!!!!!!!!! Juro que comi só umas azeitonas!)


Na volta para o albergue passamos pelos Quartieri Spagnoli e foi um acontecimento único. Como era final do dia, hora do rush, aquelas ruas pareciam sei-lá-o-que. Muitos motorinos, ruas estreitas, pessoas subindo, pessoas descendo, carros passando, buzinhas, luzes, ronco de motores, gente feia, gente bonita. Eu amei! Queria estar em uma garupa dessas, com certeza, queria! Minha adrenalina foi a mil! 


Gostei tanto de Nápoles que decidi voltar. E nesses dias, mais comidinhas, mais coisas boas. Isso sim, vai ganhar um outro post. Aguardem.

*As fotos desse post são do blogueiro Carlos Hundertmarker do Idas Y Vindas, pois minha câmera inventou de estragar o cartão de memória justo nesse dia!!!! 


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6 comentários:

  1. Carla, um dia fui a um Café (não lembro se era o Gambrinus) e estava com vontade destes cheios de "melequinhas" em cima como tem aqui (raspas de chocolate, canela, até M&M's) e perguntei se tinha. Eu achava que seria capuccino "alguma coisa", mas o atendente, quando conseguiu entender o que eu queria, me disse "ah, caffe' brasiliano...non c'e'". Então, acho que assim como temos mil sabores de pizza também é em relação ao café, não te parece?
    Ah, os italianos ficavam com nojo quando eu dizia que temos pizza de frango e de chocolate :-)

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  2. Carlinha...que azar estragar o cartão...mas como vês, dá-se jeito em tudo! Fiquei te imaginando, enquanto descrevias a muvuca do final do dia em Nápoles...Milão (eu não fui a Nápoles)no final do dia era o Ó...trânsito louquíssimo, gente apressada...parecia estar vendo, enquanto descrevias...e a pizza, então...vem num prato único, não é? e é imensa!!! Que bom çoder ler estes posts...parece que estou viajando junto! Um beijão, querida amiga!

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  3. Carla, minha Mestre ...

    Adorei a musiquinha hehehehe, puxa vida, ja estou em terras Brazilis e lembrei que esqueci de trazer o babá...
    Te agradeço pela excelente cia e diversas aulas gastronomicas, culturais pelo sul da bota.
    Ahh Capri não foi tão ruimmm, lembre: Imagina a Classe Média.. hahahaha.
    Bjão e aproveita aí !

    Carlos Hundertmarker

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  4. Tudo encantador, dá mesmo vontade de sair numa garupa por aí!
    Aguardo outros passeios!rs...
    Bj,

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  5. Carla, essa foto da ruela expressa muito bem a baguncinha que você falou que é Nápoles! Não tenho nada contra os 8.478 sabores de pizza que temos por aqui, mas troco por uma marguerita com molho de tomate suculento sem piscar, babei com a da foto. Um beijo, "aperitiva" com moderação, hehe.

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